Indústria catarinense investigada na Lava-jato é vendida para investidores de SP



Dois sócios e um executivo foram presos após denúncia de uma ex-funcionária.

Abalada após ter sido alvo da Operação Lava-Jato em 2015, a Arxo, indústria metal-mecânica com matriz em Balneário Piçarras, foi vendida para um grupo de investidores de São Paulo. É primeira aquisição da Lepanto Investimentos e Participações, empresa formada por um grupo de executivos com passagem pelo mercado financeiro.

A Lepanto assumiu o controle da Arxo na semana passada. Um novo CEO veio de São Paulo, para cuidar da transição. A empresa informou, através da assessoria de imprensa, que ocorreram cortes pontuais no processo, mas mantém o quadro de 250 funcionários, a maior parte deles na linha de produção.

A aquisição de empresas familiares — caso da Arxo — com potencial de crescimento é um dos focos de atuação da Lepanto. Em sua página na internet, a empresa se apresenta com interesse em investir em "companhias que dependam de melhoria na gestão".

Na Arxo, que estava em um momento de expansão, os problemas chegaram com a inclusão na Lava-Jato. Dois sócios e um executivo foram presos após denúncia de uma ex-funcionária, que afirmou que a empresa receberia informações privilegiadas da Petrobras em troca de propina — o que a favoreceria em licitações. Essas denúncias são negadas pela defesa dos ex-sócios da Arxo.

Meses antes de a operação ser deflagrada, em 2015 a indústria anunciou um contrato de R$ 85 milhões para produzir 80 caminhões-tanque de abastecimento (CTAs) para a BR Distribuidora, o que motivou as investigações.

A indústria mantinha, e mantém ainda hoje, contratos com a BR Distribuidora para fabricação de CTAs, que são usados em aeroportos, e produz tanques jaquetados para postos de combustíveis.

Durante o boom da Arxo a indústria também se envolveu em outros projetos ousados, como contêineres especiais para condições extremas e tanques-trenós para etanol, instalados na estação brasileira Comandante Ferraz, na Antártida. Cerca de 70% dos tanques usados em postos de combustíveis no país eram produzidos pela empresa, em Balneário Piçarras, quando a operação foi deflagrada. Um mercado promissor, e um feito extraordinário para uma indústria que começou como uma oficina de reparos em tanques de combustíveis, em Itajaí, 50 anos atrás.

Com a inclusão na Lava-Jato, bancos passaram a restringir o crédito, o que afetou diretamente os financiamentos, e as encomendas caíram. Centenas de trabalhadores foram demitidos e a indústria parou de divulgar seus resultados.

Com a venda, foram repassados à Lepanto todos os contratos da Arxo, inclusive os da BR Distribuidora, que continuam vigentes mas com demanda reduzida.

Inquérito concluído
Em Curitiba, o processo que envolve a Arxo é mantido em sigilo, mas estaria em fase final. O inquérito foi concluído e aguarda parecer do Ministério Público Federal.

A última notícia envolvendo o processo é de março do ano passado, quando o Estadão publicou reportagem dizendo que investigadores da Lava-Jato tentavam identificar um "desembargador supostamente envolvido em operação de lavagem de dinheiro em Santa Catarina", na apuração que envolvia a Arxo.

Em agosto de 2015 os ex-sócios da indústria foram chamados a depor na CPI da Petrobras, na Câmara dos Deputados. Usaram o direito de se manterem calados e foram dispensados. Quando deflagrada a operação, a Polícia Federal recolheu na empresa uma grande quantidade de dinheiro e mais de 500 relógios, que a defesa afirmou serem de coleção.

A devolução do que foi apreendido ainda está sob análise do juiz Sérgio Moro.

Fonte: WH3
AM

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