Investigado, Lula perde o apoio entre intelectuais de esquerda no País
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sofre uma nova leva de desencanto entre intelectuais e jornalistas da esquerda com as acusações de delatores da Odebrecht, como a de que a empreiteira destinou-lhe um saldo de R$ 40 milhões de propina.
Há quem mantenha os comentários em grupos reservados, admitindo que a defesa de Lula arrefeceu, mas opinando que ele ainda tem um caminho a percorrer na defesa de direitos do povo.
Mas há quem manifeste publicamente a frustração. O linguista americano Noam Chomsky também teria feito críticas à esquerda latinoamericana e especificamente à brasileira.
“É simplesmente doloroso ver que o Partido dos Trabalhadores no Brasil ‘que implantou medidas significativas’ simplesmente não pôde manter as mãos fora da caixa registradora. Juntaram-se à elite extremamente corrupta”, afirmou, ao programa “Democracy Now”.
Delatores da Odebrecht disseram que a empresa pagou mesadas ao irmão do ex-presidente, ajudou o seu filho a impulsionar a carreira e reformou um sítio como presente ao ex-presidente, entre outras menções.
O ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, disse que foi aberta uma conta para “atender demandas que viessem de Lula” a pedido de Antonio Palocci, . Inicialmente, falou em R$ 35 milhões. Depois, em R$ 40 milhões.
O site “The Intercept Brasil”, cofundado pelo jornalista Glenn Greenwald, escreveu um texto intitulado de “O amigo de 35 milhões”.
Nele, diz que as acusações são graves “a ponto de, eventualmente, impedir sua candidatura à Presidência no ano que vem, caso seja condenado pelo juiz Sergio Moro e tenha a sentença confirmada em segunda instância”.
A assessoria do ex-presidente afirma que ele desconhece a conta com milhões de reais que teria sido aberta para seu uso. Segundo a assessoria de Lula, os depoimentos “estão sendo manipulados para falsificar a história do governo Lula”.
No mensalão, alianças com empresários e concessões políticas em troca de governabilidade fizeram fundadores do PT deixarem a sigla. Desta vez, a alegada contradição entre discurso e prática foi a gota d’água.
Alguns dizem conhecer o ex-presidente e afirmam nunca tê-lo visto levar vantagem pessoal, embora vejam envolvimento entre os negócios do Estado e empresas.
Fonte: O SUL
A.M