Análise: Chape mantém evolução, e esquema de Eutrópio funciona contra o Vitória
Com meio campo recheado, Verdão do Oeste é cirúrgico nos momentos que mais precisa e volta para Santa Catarina com importante resultado para a sequência da competição nacional.
Há pouco mais de 10 dias no comando da Chapecoense, Vinicius Eutrópio vai começando a fixar seu esquema de jogo, com um meio-campo mais povoado, apostando nos contra-ataques e na rápida transição entre as roubadas de bola na defesa e a chegada no ataque. Foi justamente desta forma que o time chegou ao triunfo sobre o Vitória, por 2 a 1, no sábado, pela 16ª rodada do Brasileiro.
O esquema inicial foi mantido em relação aos últimos jogos, com cinco homens no meio-campo e apenas Arthur no ataque. Depois da pressão inicial do Vitória, que está na zona de rebaixamento e sem técnico efetivo, o time catarinense foi dominando as ações aos poucos, sem dar espaço para o adversário. As primeiras chegadas foram em cruzamentos na área, tática muito utilizada pelo ex-treinador Vagner Mancini. Arthur, sempre bem colocado, quase abriu o placar. Ao longo da partida, foram 10 cruzamentos na área.
O primeiro gol foi mérito de Seijas, que acreditou na jogada mal recuada por Geferson, contou com a falha do goleiro Caíque e sofreu o pênalti, convertido por Reinaldo. Com o tento, o time passou a dominar e ocupar melhor os espaços no campo. Tanto que em duas bolas levantadas na área, Arthur quase ampliou. Quase no fim do primeiro tempo, Seijas novamente acreditou na jogada e acertou a trave do rival.
A partida não foi das melhores tecnicamente e acabou vencida pela aplicação tática da equipe catarinense. O cansaço e a melhora do Vitória no segundo tempo forçaram o técnico a fazer mudanças. E deu certo. Pouco antes de sofrer o empate, com Neílton, de pênalti, Eutrópio mandou a campo Lourency. Ele precisou de apenas um toque na bola para marcar o segundo gol.
- Foi a transição rápida que pedimos. O Artur foi feliz no passe, o Lourency soube concluir bem. Aos poucos, vamos implementando nossa filosofia - afirmou Eutrópio.
Até o fim do jogo, a equipe alviverde se fechou e conseguiu ser efetiva, mesmo com a pressão do Vitória. O time baiano, na zona de rebaixamento, precisava do resultado positivo. Tanto que a posse de bola ficou com uma disparidade grande. A Chape teve apenas 34%, contra 66% do adversário, mas foi cirúrgica quando precisou e soube se defender, bem ao estilo de Eutrópio.
Com a "casa fechada", que diminuiu em 40% os gols sofridos em relação ao período de Mancini, a equipe seguiu com a média de sofrer poucos gols. Mesmo com um meio-campo cheio de jogadores (cinco no total), o Verdão teve mais finalizações (14 a 11), mais chances claras de gol (6 a 5) e, consequentemente, mais desarmes (31 a 20).
Fonte: GLOBO ESPORTE
A.M