Casos registrados de meningite não caracterizam epidemia, afirma Dive

Os casos de meningite que vem sendo registrados em Santa Catarina tem deixado a população em alerta nos últimos dias. Porém, conforme a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) da Secretaria de Estado da Saúde, todos os casos registrados até o dia 25 de agosto - data da divulgação do último levantamento da doença - não apresentam vínculo epidemiológico entre si e, portanto, não caracterizam surto da doença no estado.

Conforme o boletim, em 2017 até o dia 25 de agosto, foram confirmados 552 casos de meningites em geral, com um total de 39 óbitos, registrados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde. Do total de casos, 64 apresentaram as formas mais graves de meningite (doença meningocócica, meningite pneumocócica e meningite por Haemophilus), dos quais 13 evoluíram para óbito.

Na região que compreende a Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Xanxerê, neste ano até a publicação desta matéria, foram quatro casos suspeitos, sendo dois de Xanxerê, um de Ipuaçu e um uruguaio que passou pelo município. Conforme o gerente regional de Saúde, Uilian Cavalheiro, os três adultos e a criança de 4 anos ficaram internados no Hospital Regional São Paulo (HRSP). Após a realização de exames, a confirmação de meningite foi descartada para todos.

Casos em 2016
Já em 2016, foram confirmados 727 casos de meningite em geral em Santa Catarina, com 65 óbitos. Do total de casos, 95 apresentaram as formas mais graves de meningite (doença meningocócica, meningite pneumocócica e meningite por Haemophilus), dos quais 17 evoluíram para óbito. Só em Xanxerê foram quatro casos notificados, sendo duas crianças e dois adultos.

A meningite é uma doença de notificação compulsória e, por isso, os casos devem ser notificados pelos hospitais, profissionais de saúde e laboratórios às Secretariais Municipais de Saúde e essas, por sua vez, à Secretaria Estadual de Saúde para acompanhamento, investigação e orientação aos familiares. A Dive/SC orienta, apoia e acompanha os municípios durante o processo.

Médica fala sobre a doença
A meningite é um processo inflamatório das meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal), o qual pode ser causado por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus, parasitas e fungos, ou também por processos não infecciosos. No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica. Desse modo, casos da doença são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais, sendo mais comum a ocorrência das meningites bacterianas (as quais podem ser graves) no inverno e das virais no verão.

- Em geral, a transmissão é de pessoa para pessoa através das vias respiratórias por gotículas e secreções da nasofaringe. As meningites bacterianas são mais graves e requerem uma atenção mais imediata devido a rápida evolução da doença, e riscos mais elevados de deixar sequelas. Nas meningites virais, o quadro é mais leve. Os sintomas se assemelham aos das gripes e resfriados. A doença acomete principalmente as crianças, que têm febre, dor de cabeça, um pouco de rigidez da nuca, inapetência e ficam irritadas. Nas meningites bacterianas os sintomas são mais intensos, com febre alta, mal-estar, vômitos, dor forte de cabeça e no pescoço, dificuldade para encostar o queixo no peito e, às vezes, manchas vermelhas espalhadas pelo corpo. Nos bebês, a moleira pode ficar abaulada. Na apresentação desses sintomas, deve-se procurar a unidade de saúde mais próxima. O diagnóstico é feito através e avaliação clínica e exames laboratoriais, e prontamente instituído tratamento com antibióticos – explica Dra. Caroline Mozzatto, médica pediatra de Xanxerê.

Conforme a médica, dentre as complicações estão perda auditiva, anormalidades motoras, retardo mental, distúrbios visuais, infecção generalizada e, até mesmo, a morte. A suscetibilidade à doença é geral, entretanto, o grupo etário de maior risco são as crianças menores de cinco anos, principalmente as menores de um ano, e também os idosos.

- Algumas formas de meningite bacteriana podem ser prevenidas por vacinas que estão disponíveis na rede pública de saúde. Meningite C, cuja vacina está disponível no SUS, é o mais frequente tipo da doença em todo o país. Porém vale ressaltar o aumento dos casos pelo tipo Menigo W, no qual a vacina só se encontra disponível na rede particular – Vacina ACWY. De qualquer maneira, algumas dicas em geral são sempre válidas, como: manter caderneta de vacinação atualizada; manter os ambientes bem ventilados, lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool, evitar transitar com crianças em ambientes fechados e mal ventilados – orienta a Dra. Caroline.

Prevenção
A Campanha Nacional de Multivacinação, que iniciou nesta segunda-feira (11), também oferece a atualização da carteirinha de vacinação contra a meningite. Até 22 de setembro, crianças e adolescentes com menos de 15 anos e acompanhados de seus responsáveis podem procurar as salas de vacina da UBS Hélio dos Anjos Ortiz e do Caic, em Xanxerê, para ter acesso a atualização.

São 16 tipos de vacinas contra doenças como sarampo, paralisia infantil, varicela, caxumba, rubéola, hepatite A, hepatite B, febre amarela e HPV. O ‘Dia D’ de vacinação será no próximo sábado (16). Nessa data, as salas de vacina das unidades de saúde dos bairros Vila Sésamo, Nossa Senhora de Lourdes, Esportes e Castelo Branco, além do Caic e Helio dos Anjos Ortiz estarão abertas das 8h às 17h.

Fonte: TUDOSOBREXANXERE
A.M

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