Para atender caminhoneiros, governo corta R$ 12 milhões da Agricultura

Brasil – Para atender o pedido dos caminhoneiros e baixar o preço do óleo diesel, o governo federal aceitou bancar a redução de R$ 0,07 por litro do combustível até o dia 7 de junho e R$ 0,30 a partir dessa data. Para isso, cortou recursos de vários órgãos. Um deles é o Ministério da Agricultura que vai perder R$ 12,35 milhões do orçamento previsto para este ano.

A decisão, publicada na Medida Provisória 839/2018, abre um crédito de R$ 9,5 bilhões para o Ministério de Minas e Energia (MME) para subvencionar esse valor e de R$ 80 milhões para o Ministério da Defesa, para custear a atuação das forças nacionais na desmobilização da greve dos transportadores.

O cancelamento de recursos afeta o orçamento de praticamente todos os órgãos do governo federal. No Ministério da Agricultura esse corte chega a R$ 12,35 milhões. A área de defesa agropecuária, por exemplo, vai perder quase R$ 3 milhões para ações e programas de fortalecimento da sanidade animal e de modernização de laboratórios oficiais, por exemplo. O seguro rural também será afetado com menos R$ 3,4 milhões para serem aplicados em 2018.

Outros programas, como o Plano ABC e a agricultura irrigada, também terão menos dinheiro.

A Embrapa teve o cancelamento de R$ 2,826 milhões em programas de pesquisa, desenvolvimento e transferência de tecnologias e o projeto de construção e implantação da Embrapa Quarentena Vegetal, no Distrito Federal.

Até mesmo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) sofreram cortes, com o cancelamento de R$ 660 milhões e R$ 226 mil, respectivamente.

Procurado pelo Canal Rural, o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, não quis se posicionar sobre os cortes no orçamento e ressaltou que a pasta está trabalhando para que o produtor rural não seja afetado.

Ele destacou o momento de dificuldade no campo em função da paralisação dos caminhoneiros e que, por ora, a preocupação da pasta é estudar as medidas possíveis para que não haja prejuízos para o setor. Novacki também confirmou que estuda mecanismos para a renegociação de dívidas causadas pela greve.

Ele ressaltou que mantém conversas com os ministros do Planejamento, Esteves Colnago, e da Fazenda, Eduardo Guardia, para o fechamento do Plano Safra e deve ter novidades na próxima segunda-feira, dia 4. O objetivo é encontrar mecanismos dentro do programa para atender as demandas causadas pela greve.

Agricultura familiar perde mais

A Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead), vinculada à Presidência da República, perdeu R$ 17 milhões do orçamento. As políticas de reforma agrária e regularização fundiária, bem como a assistência técnica e extensão rural foram fortemente afetadas.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) perdeu R$ 32 milhões em programas de reforma agrária, educação no campo, desenvolvimento de assentamentos rurais, aquisição de máquinas e equipamentos e até a obtenção de imóveis rurais para criação de assentamentos da reforma agrária.

Já a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca, também vinculada à Presidência da República, sofreu cancelamento de R$ 847 mil para as ações de Fomento à Produção Pesqueira e Aquícola, Desenvolvimento da Infraestrutura Pesqueira e Aquícola, Ordenamento, Monitoramento, Controle e Fiscalização da Atividade Pesqueira, Funcionamento dos Terminais Pesqueiros Públicos de Propriedade e Administração da União.

Exportações

Outra medida anunciada pelo governo foi a redução de 2% para 0,1% do Regime Especial de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra), que devolve aos exportadores parte dos impostos cobrados na cadeia de produção.

O programa foi criado em 2011 com o objetivo de desonerar a cadeia exportadora. Mas, diante da necessidade de ajuste fiscal, o benefício foi reduzido nos últimos anos. De 3% em 2014 passou para 1% em 2015, caiu para 0,1% em 2016 e 2% em 2017 e 2018.

Pelo decreto agora publicado, no entanto, a alíquota de 2%, que valeria durante todo o ano de 2018, só será aplicada até esta quinta-feira. A partir de sexta-feira, dia 1º, a devolução já será de 0,1%.

Como funcionará a subvenção

A redução do preço do óleo diesel na refinaria chegará a R$ 0,46. Parte desse desconto virá da retirada de impostos, como a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e a diminuição de PIS/Cofins. Para compensar esses valores, o governo vai acabar com isenções fiscais que concedia para alguns setores e sancionou a lei de reoneração da folha de pagamento das empresas.

Dos R$ 0,46, apenas R$ 0,07 será subvencionado pelo governo neste primeiro momento. Esse valor será repassado aos produtores e importadores de óleo diesel que praticarem o preço máximo de comercialização, que será, por 60 dias, de R$ 2,03. Ou seja, o governo garante que o preço na refinaria é de R$ 2,03 por litro e quem vender por esse valor vai receber R$ 0,07 dessa subvenção e, no total, terá receita de R$ 2,10.

Na prática, a União paga a diferença que não será cobrada na bomba para o consumidor final.

Fonte: Canal Rural
A.M

Outras Notícias

Bolsa Família chega a 231 mil beneficiários de Santa Catarina a partir desta quarta

A partir desta quarta-feira (17/4), mais de 321 mil beneficiários de Santa Catarina recebem o repasse do Bolsa Famíli...

Aprovadas as contas do exercício 2023 do Sicoob Crediauc

As contas do exercício 2023 do Sicoob Crediauc foram todas aprovadas em evento realizado dia 17 de abril, em Concórdi...

Sicredi UniEstados encerra ciclo Assemblear

Na manhã de sábado (13/04), aconteceu a Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Sicredi UniEstados. A reunião que contou ...

CREDICEM é reinaugurada em Concórdia

No dia 11 de abril foi reinaugurada em Concórdia (SC), a CREDICEM, a Mini Cooperativa de Crédito que integra o projet...