Empresa resultante da fusão de BRF e Marfrig seria a 26ª maior empresa da bolsa brasileira — Foto: BRF/Divulgação

BRF e Marfrig negociam fusão

A BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, e a Marfrig anunciaram nesta quinta-feira (30) que iniciaram discussões para uma possível fusão. A união das duas geraria uma empresa com faturamento anual de cerca de R$ 76 bilhões.

Em comunicado ao mercado, as duas empresas divulgaram que seus conselhos de administração aprovaram a assinatura de um memorando que prevê exclusividade nas tratativas por 90 dias, prorrogáveis por outros 30. Durante esse período, nenhuma das duas companhias poderá negociar com terceiros.

Se o acordo se concretizar, a relação de troca de ações entre elas deverá considerar a cotação média das ações das empresas nos últimos 45 dias (entre 15 de abril e 29 de maio). Ao fim da transação, os atuais acionistas da BRF terão 84,98% da nova empresa, enquanto os sócios da Marfrig deterão 15,02% restantes.

A BRF é líder na produção de carne de frango e suína no Brasil, enquanto a Marfrig é vice-líder mundial no segmento de carne bovina, atrás apenas da JBS.

No comunicado, as empresas dizem que a combinação dos negócios deve resultar em ganhos de sinergias "operacionais e financeiras" e que as duas se complementam em produtos, serviços e diversificação geográfica, com relevância no Brasil, Estados Unidos, América Latina, Oriente Médio e Ásia.

Gigante no setor
Em 2018, a BRF teve uma receita líquida R$ 34,5 bilhões. Já o faturamento da Marfrig somou R$ 29,7 bilhões, mas o valor chegaria a R$ 41,4 bilhões se incorporados os números da americana National Beef, comprada pela brasileira em meados do ano passado. Portanto, juntas, duas teriam uma receita potencial de R$ 76 bilhões ao ano.

A BRF amargou um prejuízo de R$ 4,46 bilhões no ano passado, enquanto a Marfrig lucrou R$ 1,39 bilhão.

A BRF produz mais de 5 milhões de toneladas de alimentos por ano e tem 32 fábricas no Brasil e cinco no exterior (uma nos EUA, uma nos Emirados Árabes, três na Turquia e uma na Malásia), além de 20 centros de distribuição no país e 27 no mundo.

Ao fim do ano passado, a Marfrig tinha capacidade de abater de 33,5 mil bovinos e de produzir 232 mil toneladas de hambúrguer por dia. A empresa tem 10 centros de distribuição e escritórios no Brasil, EUA, Chile, Uruguai e Argentina.

26ª maior do Brasil
A junção da BRF com a Marfrig daria origem à segunda maior empresa do setor no Brasil em valor de mercado, atrás da JBS, segundo dados da Economatica.

O atual valor da BRF é de R$ 23 bilhões, enquanto a Marfrig vale R$ 4 bilhões – o que resultaria numa soma de R$ 27 bilhões. O valor de mercado da JBS é de R$ 59 bilhões.

Considerando todas as empresas da bolsa, a companhia seria a 26ª colocada no ranking por maior valor de mercado – um ganho de 6 posições em relação ao 32º lugar ocupado hoje pela BRF.

Ainda de acordo com o levantamento, o valor de mercado em dólar da empresa resultante da fusão ultrapassaria o da Pilgrim's, dos Estados Unidos. Com isso, a companhia seria a 4ª maior em valor de mercado das Américas.

Histórico
A BRF vive uma crise de gestão. A empresa vem acumulando sucessivos prejuízos e passou por trocas de comando recentemente. Neste ano, se desfez de ativos na Tailândia e, no fim do ano passado, vendeu duas operações na Argentina – uma delas, para a Marfrig.

No ano passado, a compra da National Beef alçou a Marfrig ao posto de segunda maior processadora de carne do mundo. Mas, para manter as finanças saudáveis após o negócio bilionário, a companhia vendeu sua participação na Keystone Foods.

G1

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