Esquema na Celesc usava temporais para justificar gastos e desviar dinheiro, diz polícia

A Polícia Civil deu detalhes sobre como agia o grupo de empresários e servidores suspeito de desviar recursos na Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), durante coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (5) em Florianópolis. Segundo as investigações, o esquema utilizava tempestades e temporais como pretexto para contratar empresas para prestar serviços de manutenção, mas na maioria dos casos os serviços não eram necessários e o dinheiro acabava desviado. Os desvios ocorreram em 2010 e, conforme os investigadores, o prejuízo já comprovado foi de R$ 3,3 milhões, mas é possível que o rombo chegue a R$ 10 milhões.

Os suspeitos de integrarem o grupo criminoso foram alvo da operação Zero Grau, deflagrada durante a manhã, quando os policiais cumpriram 21 mandados de busca e apreensão em seis cidades catarinenses: Florianópolis, São José, Itajaí, Blumenau, Orleans, Pescaria Brava, além de Curitiba (PR). Também foram expedidos 49 mandados de sequestro de veículos. Dinheiro e celulares foram apreendidos.

Segundo os investigadores, a fraude ocorria a partir de processos de caráter emergencial e teve origem na Divisão de Infraestrutura de Telecomunicações (DVIT) da Celesc. Os desvios foram comprovados em ao menos seis de sete processos investigados nas regionais de Florianópolis, Joinville, Rio do Sul e Criciúma.

O esquema envolvia ao menos quatro servidores da Celesc e cinco empresas que prestam serviços de manutenção à companhia. Conforme a Polícia Civil, os servidores estão aposentados – um diretor-técnico e outros três funcionários, mas alguns dos empresários ainda prestam serviços a Celesc. O inquérito foi instaurado em 2013. A polícia não divulgou o nome dos envolvidos.

— Esses funcionários da Celesc se aproveitavam da facilidade, porque com base nesses eventos climáticos emergenciais não havia um procedimento licitatório, e atuavam com empresas previamente ajustadas, que eram cúmplices e emitiam notas fiscais frias para os serviços, e depois o dinheiro retornava para eles e o serviço não era realizado — explicou o delegado Marcos Fraile, da Delegacia de Combate à Corrupção (Decor/Deic).

Em nota, Celesc diz que colabora com autoridades
A reportagem procurou a Celesc para uma posição sobre a suspeita de desvios apontada pela operação Zero Grau. A companhia se manifestou apenas por meio de uma nota enviada à imprensa, na qual afirma que está colaborando com as autoridades e que aguarda a continuidade das investigações.

Confira a nota na íntegra:

Em relação a Operação Zero Grau, deflagrada pela Polícia Civil nesta quinta-feira, 5, em Santa Catarina e Paraná, a Celesc informa que está colaborando com as autoridades nesta ação coordenada pela Delegacia de Combate à Corrupção (Decor) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), que apura fraudes que teriam ocorrido na Empresa em 2010 com suposto envolvimento de empregados da estatal e empresários. A Celesc aguarda agora a continuidade das investigações e continua contribuindo com a operação.

Operação Zero Grau
O nome da operação Zero Grau é uma alusão à grande quantidade de notas fiscais frias emitidas por supostos serviços, os quais não foram realizados pelas empresas/empresários, de acordo com a Polícia Civil. Prestaram apoio na operação as 11 (onze) Delegacias de Polícia Especializadas da Deic, a Delegacia da Comarca de Orleans e as Divisões de Investigação Criminal de Blumenau e de Laguna.

NSC TOTAL

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