Foto: AFP / Russian Direct Investment Fund / Handout
Instituto Gamaleya apresenta vacina contra o novo coronavírus em sessão com deputados brasileiros
Com garantias de que o estado do Paraná aplicará a vacina produzida pela Rússia contra o novo coronavírus e o interesse de outras unidades federativas, o Instituto Gamaleya apresentou dados da vacina para os deputados brasileiros. Na quarta, 26, uma audiência reuniu os políticos e membros que representam o país europeu.
Conforme explica o diretor do Instituto, Alexander Guintsburg, o imunizante é produzido sob tecnologia com vírus envelopados que contém o RNA. Exemplos citados foram da vacina contra o Ebola, utilizado no surto da doença nos anos de 2015 e 2016 na Guiné. A tecnologia é uma razão da rapidez ao apresentar uma vacina contra a COVID-19, produzida em cinco meses:
"Quando no início do ano corrente surgiu a tarefa de elaborar uma vacina contra a COVID-19, nós, tendo uma experiência tão grande de criação das vacinas contra os vírus envelopados que contém RNA, conseguimos realizar este trabalho, de verdade, em 5 meses." diz o diretor.
Outro ponto, explicado pelos Russos, é o período de proteção ao qual o corpo reage quando aplicada a vacina. A garantia, assegura o Instituto Gamaleya, será de duas temporadas: " Esperamos que este prazo seja ainda maior, pelo menos 2 anos, semelhante à vacina que foi criada contra a Ebola".
Produzida a partir do adenovírus humano, a dose se mostrou efetiva em macacos, coelhos e ratos. Nos macacos, por exemplo, criou-se resistência contra a enfermidade. A partir daí, 20.000 pessoas foram testadas e os resultados também foram animadores.
O Fundo de Investimentos Diretos da Rússia acompanhou 35 variantes que estavam como candidatas, porém a elaborada pelos cientistas do Instituto Gamaleya pareceu ser a mais promissora. A tecnologia também deve ser compartilhada com acadêmicos ao redor do mundo.
Sobre o Brasil, em coletiva de imprensa realizada neste mês, a Rússia considera que o país possui capacidade de produção, e está aberto a estados e nações que desejam a vacina, mas que ainda não se manifestaram.
Confira o que já sabemos sobre esta vacina
- Duas doses com intervalo de 21 dias e proteção por dois anos;
- Cooperação de tecnologia com outros países;
- Vacina produzida com base nas disponíveis pela Rússia contra o Ebola e o Mers;
- Utiliza-se o adenovírus humano, o que possibilita o surgimento de novas vacinas, inclusive uma universal contra a Influenza;
- 20.000 pessoas testadas com proteção efetiva;
- Brasil tem capacidade de produção;
- Produção em massa e vacinação disponível a partir de outubro em território Russo.
Leandro de Souza - Rádio Piratuba FM