Trabalhos dos estudantes compõem programação de aniversário dos 20 anos de emancipação do município (Crédito: Divulgação/IFC Luzerna)

Gerações unidas em exposição no IFC Luzerna

Na última sexta-feira (21), o novo bloco de ensino do Instituto Federal Catarinense (IFC) Campus Luzerna foi tomado por instalações artísticas que revelam, em cada detalhe, histórias e recordações de tempos ainda bastante vívidos para alguns moradores da cidade. A abertura da exposição “Luzerna em Memórias” foi assim: permeada pelo encantamento que floresce da união entre cultura, lembranças, passado e presente.

As 13 instalações que seguem expostas até esta quinta-feira são frutos de um projeto desenvolvido pelos alunos dos primeiros anos dos cursos de Ensino Médio Integrado (EMI) em Automação Industrial e em Segurança do Trabalho, sob coordenação dos professores Charles Immianovsky e Isabel Cristina Hentz. A partir de entrevistas feitas com moradores da cidade, os estudantes construíram espaços que contam um pouco da história dessas pessoas e, por consequencia, da comunidade em que vivem. A exposição faz parte das comemorações dos 100 anos de colonização e 20 anos de emancipação do município de Luzerna.


Pais, alunos e também os entrevistados para a exposição se surpreenderam com os trabalhos. Cátia Volpato é mãe da Júlia, aluna do EMI em Segurança do Trabalho. “Tudo é válido quando feito com amor e dedicação”, diz. “Acho que os alunos se dedicaram ao máximo para essa exposição. Relembrar o passado e trazê-lo para os dias de hoje é muito importante. É muito diferente o momento atual daquele que foi vivido”, ressalta Cátia, que acredita que o contato entre as gerações mais jovens com as mais velhas, hoje, é mais distante. “Acho que as crianças de hoje dão menos importância a esses vínculos. Porém, tudo é um reflexo do que acontece em casa. Vai da família incentivar esse contato.”

Cristina Kafmann, mãe do Tomas, do Ensino Médio Integrado em Automação Industrial, achou os trabalhos maravilhosos. “Na hora em que eles saem a campo para fazer uma entrevista, a gente nem tem ideia do que sairá da cabeça deles”, revela. “O sucesso da exposição está na conjunção entre o que o entrevistado falou e o que eles conseguiram produzir”, diz a mãe. “Somos de Treze Tílias e, apesar de morarmos tão próximos a Luzerna, nós não temos o costume de visitar a cidade que está perto. A gente simplesmente passa por ela sem conhecer sua história de verdade”.

Dona Inez Caldart foi uma das moradoras entrevistas pelos estudantes. “Foi um prazer participar do projeto. Moramos em Luzerna desde 1950. Gostamos muito do interesse dos alunos pela nossa história”.

Bom para os entrevistados, bom também para os jovens que fizeram os trabalhos. Mariana Hack Comunello, aluna do EMI em Automação Industrial, era uma das mais entusiasmadas com os trabalhos. “Foi muito legal. Nós fomos muito bem recebidos pelos moradores”, fala a estudante, que chegou a se encontrar mais de dez vezes com sua entrevistada, dona Cecília Amália Uhlmann Diesel. “Eu conversei com ela antecipadamente por telefone e desde o início ela foi muito querida. Tomamos muito chimarrão, conversamos muito”, conta Mariana. “Como ela teve várias profissões ao longo da vida, tentamos representar um pouco de cada uma. Obviamente, a história que ela viveu está apenas com ela. Nós simplesmente estamos mostrando um pouco do que sentimos”.

Dona Cecília se emocionou. “Achei tudo muito interessante, não só a instalação feita com a minha história mas todas as outras também. Alguns dos outros entrevistados eu conheço desde antes deles nascerem”, comenta. “Na exposição, os alunos estão contando um pouco do que passei na enchente de 1983, quando todos os livros que tínhamos foram tomados pela água.
Como tive pena de jogar os livros fora, coloquei-os para secar em um varal. De vez em quando ia lá para trocar a página”, recordava.

Para ela, quem não conhece o passado, não tem futuro. “As pessoas precisam conhecer a história que aconteceu não só comigo, mas de tudo o que tivemos naquele período em geral. Um exemplo é a ditadura. E tem gente que ainda fala que foi algo bom. Temos que ter muito cuidado. Afinal, não é porque somos velhos que não temos opinião”, finaliza dona Cecília.

Exposição “Luzerna em Memórias”
Onde: Bloco A do IFC Luzerna
Quando: até quinta-feira (27/08)

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