A avó que salvou seus netos e outras histórias do terremoto



"Quando a poeira baixou, vi gente correndo por todos os lados e meus três amigos mortos", disse um dos sobreviventes.
A Itália ainda se recupera do terremoto que arrasou pequenas cidades da região central do país. Enquanto as equipes de defesa civil, bombeiros, militares e socorristas civis voluntários correm contra o tempo para tentar localizar e salvar pessoas soterradas, acumulam-se pequenas histórias de alegrias em meio à tristeza. O forte tremor da madrugada de quarta-feira deixou mais de 240 mortos e centenas de desaparecidos e feridos. Confira abaixo algumas histórias dos sobreviventes.

Vinho aos bombeiros — “Não acredito que conseguiram salvar minha vida, quando tudo isso tiver passado, venham me ver e tomaremos um vinho juntos”. Essa foi a primeira reação de Luciano Perri, de 65 anos, após ser resgatado dos escombros de sua casa em Accumoli, na Itália, por um grupo de socorristas. Perri foi um dos poucos desaparecidos resgatados com vida até o momento na localidade, uma das mais golpeadas pelo devastador terremoto que deixou ao menos 120 mortos no centro da Itália nesta madrugada.

O chefe da equipe de buscas, Mauro Guiducci, explicou que “no momento do tremor, ele estava na cama e o colchão dobrou, como um livro, o que o protegeu” dos escombros. “Foi um milagre”, concluiu. “Quando o encontramos, não podíamos acreditar. Havia pedaços inteiros de mármore que caíram sobre ele sem o machucar”, acrescentou.

Sobreviveu a dois terremotos — Após sobreviver ao terremoto de Áquila, em 2009, Martina Turco novamente conseguiu escapar com vida após passar por um episódio semelhante em Arquata del Tronto, onde passava as férias com a família. Martina e o marido, Massimiliano, foram resgatados após passar horas debaixo dos escombros e foram hospitalizados. Ela, no entanto, perdeu a filha, Marisol Piermarini, uma bebê de 18 meses. Um dos avós, Massimo Piermarini, viajou até Arquata após saber do terremoto. Ele tentou ajudar as operações de resgate, mas não teve permissão. “Não me importava nada, queria encontrá-los de qualquer maneira”, disse, desesperado.

O pai não identificado — Um homem, que não foi identificado, ao saber, em Roma, do terremoto, dirigiu de madrugada até Pescara del Tronto, onde se encontravam seus dois filhos de férias. Junto com os bombeiros, ele foi tirando pedra por pedra até encontrar os filhos. Um deles estava ileso, o outro, com pequenos arranhões.

Avó salva seus netos — Em Pescara del Tronto, Samuele e Leone, de 4 e 6 anos, respectivamente, foram salvos pela avó. Ela acordou com os primeiros tremores e fez com que os meninos se abrigassem debaixo da cama. A avó continua presa nos escombros, mas conversa com os bombeiros.

Jovem viu amigos morrerem — Francesco Morelli, de 17 anos, é um dos sobreviventes de, Pescara del Tronto, contou emocionado como viu morrer seus três amigos. Morelli vive em Roma, mas como muitas outras pessoas, passa o verão com seus avós no município. O jovem, agora em um acampamento para desabrigados em Arquata del Tronto, lembra da noite do desastre: “estava passeando com um grupo de amigos quando, de repente, aconteceu um estrondo e nos encontramos rodeados de poeira e pânico. Quando a poeira baixou, vi gente correndo por todos os lados e meus três amigos mortos”.

Noite sem teto — Milhares de italianos passaram a primeira noite após o forte tremor em tendas montadas para ajudar os desabrigados, mas muitos preferiram ficar próximos às suas residências ou ao que sobrou delas. Temendo saques ou mesmo por opção de não abandonar suas casas, muitos moradores dormiram próximos dos escombros de seus lares Segundo o balanço oficial, mais de 4.000 pessoas perderam suas casas com os abalos sísmicos. Pelas ruas de Amatrice, Arquata e Accumoli é possível ver grupos de pessoas usando carros como abrigo ou até mesmo montando estruturas com cobertas.

Cidade evacuada — Cerca de 1.000 pessoas, de uma população habitual de 2.000, estão sendo evacuadas de Amatrice. A cidade está sem água, luz e não tem infraestrutura para abrigar os moradores sobreviventes. Além disso, há risco de novos desabamentos. Um campo de evacuados foi estabelecido nas imediações da cidade.

Fonte: VEJA

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