Pesquisa aponta possíveis causas de estiagem recorrente no Oeste

Um estudo encomendado pela Secretaria de Estado da Defesa Civil (SDC) e desenvolvido pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) mostra as possíveis causas da estiagem no Oeste de Santa Catarina. O relatório técnico foi intitulado "Estiagem no Oeste catarinense: diagnóstico e resiliência", levou em consideração dados históricos de 35 anos (1979 - 2013), com uma pesquisa que durou aproximadamente um ano.

A estiagem é conhecida como um fenômeno recorrente e cíclico na região, com registros a partir da década de 1940 e menções também importantes na década de 60. Destacam-se, em anos mais recentes, os eventos ocorridos nos anos de 2002 e 2012.

O objetivo do estudo foi apresentar um diagnóstico georreferenciado da evolução dos fatores condicionantes da estiagem no Oeste. Ele também servirá para projetar possíveis cenários para o futuro e promover a conscientização das pessoas, fortalecendo a resiliência local por meio da implantação de estratégias de gestão hídrica.

Para colocar em prática a ideia, os pesquisadores dividiram o trabalho em três etapas. A primeira tratou sobre o diagnóstico físico da região e dinâmica da sociedade. A segunda etapa abordou o trabalho de campo com visita nas microrregiões. A última fase serviu para analisar os dados e ajustar o documento final.

O território de estudo é distribuído em três regiões hidrográficas: Extremo-Oeste, Meio-Oeste, Vale do Rio do Peixe. No que se refere às águas subterrâneas, a região Oeste conta com dois aquíferos: Aquífero Geral e Aquífero Guarani. O relatório aponta ainda que também há bastante disponibilidade hídrica superficial e, portanto, a diminuição dos índices pluviométricos não seria a única responsável pela falta sazonal de água. A água abundante instiga a perfuração de poços artesianos, sendo que dos 7.165 cadastrados em Santa Catarina, 4.782 estão no Oeste.

O documento chama atenção porque nem todos esses poços estão cadastrados no SIAGAS, levando a uma estimativa de que existam, no total, aproximadamente 50 mil poços, dos quais 90% sejam ilegais. "Assim, a perspectiva de promover a abertura de poços como uma solução para a estiagem, sem o devido planejamento e garantias de fiscalização, não só é equivocada, como se constitui numa atitude que, ao invés de se resolver os problemas de escassez de água em certas épocas do ano, os pode potenciar", cita o relatório.

O estudo aponta que o solo possui boa drenagem e áreas para cultivo agrícola, porém, isso aumenta a demanda de água que, associadas a práticas inadequadas de exploração e uso, vão afetando a capacidade de retenção.Considerado celeiro de Santa Catarina, o Oeste produz aproximadamente 74% do milho, 68% da soja, 82% da carne de frango e 67% de carne de suínos produzidos no Estado.

"O corte da mata nativa para o plantio e produção agrícola pode ser um dos fatores que agravam a situação de estiagem no Oeste. Efetivamente, essa transformação afeta a capacidade de infiltração da água no solo com o aumento do escoamento superficial e do fluxo de abastecimento dos aquíferos."


Por: Cleiton Ferrasso
Assessoria de Imprensa
Secretaria de Estado da Defesa Civil

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