Os bancos finalmente oferecem condições mais favoráveis para a compra de imóveis

Depois de um longo período de aumentos e congelamentos das taxas, os bancos finalmente voltaram a anunciar condições mais favoráveis para a concessão de crédito imobiliário. A notícia é boa para quem vê nesta modalidade o melhor caminho até a casa própria. Mas os clientes ainda precisam atender a uma montanha de exigências para obter crédito.

– Ocorreram reduções expressivas nas taxas de juros dos financiamentos por parte dos principais agentes financeiros, além de melhorias em outros aspectos operacionais, como aumento nos limites do valor – avalia o professor de finanças do Ibmec-Rio, Nelson de Sousa.

Entre os eventos mais recentes, o Banco Central cortou os juros básicos da economia em um ponto percentual, fazendo com que alguns bancos anunciassem reduções nas taxas de operações de crédito. Também houve instituição que passou a financiar uma parcela maior que os 70% praticados até então, embora a Caixa tenha reduzido, na última semana, os limites de financiamento para imóveis novos de 90% para 80%, e para os usados, de 70% para 60%.

A expectativa é de que as condições atuais se mantenham e até melhorem. Como explica Sousa, a origem dos recursos para os financiamentos são as captações em caderneta de poupança, que aumentaram significativamente nos últimos dois meses, revertendo a tendência de redução anterior.

– Como os bancos dispõem de mais recursos e estes têm necessariamente de ser direcionados para financiamentos específicos, entre eles os imobiliários, a tendência é que haja uma oferta relativamente elevada nesta área – reforça o professor.

Diante do cenário, cabe ao cliente dar o primeiro passo, que é fazer uma simulação de crédito. Isso pode ser feito pelos sites dos bancos. Nestas páginas, pode-se ver como ficará efetivamente o valor da prestação, as tarifas e os custos legais.

ESTÁ TUDO EM DIA?
Antes de partir para o banco, é bom saber como as coisas funcionam para evitar frustrações. Como diz o professor de MBA em Gestão de Negócios Imobiliários e Construção Civil da Fundação Getulio Vargas, Paulo Pôrto, cada empresa tem seus procedimentos próprios para a liberação do crédito. Mas todos seguem basicamente a mesma “receita de bolo”, o chamado credit score de cada cliente.

Entre os tópicos avaliados estão o endividamento total atual do solicitante, que ele não deve comprometer mais de 33% da renda familiar com seus endividamentos bancários. O histórico de endividamento e adimplência também é verificado.

– Tem clientes que são “bons devedores” e pagam 100% dos juros e multas por atrasos ocasionais. Mas há outros que renegociam demais. Por vezes, nem pagam suas dívidas na íntegra. Estes são considerados “maus devedores” e têm baixas chances de contrair outras dívidas – detalha Pôrto.

Também entra na lista a comprovação de renda. Neste caso, pessoas com contracheque bancário ou imposto de renda em dia são as mais seguras para um banco. Portanto, podem obter taxas de juros menores. Da mesma maneira, de acordo com Pôrto, quem tem carteira assinada representa menos risco em relação a quem vive do trabalho informal. Apesar de ambos poderem apresentar movimentação bancária, o primeiro é considerado “o mais seguro”.

Pôrto lembra, ainda, que clientes com propriedades, como imóveis e automóveis, também levam vantagem e podem conseguir menores taxas.

Para quem está disposto a buscar o crédito, o consultor imobiliário Samuel Zaim lembra que o alívio nas condições de financiamento ocorre em meio a um mercado que ainda tenta se recuperar.

– Além da redução dos valores de venda, em alguns casos, as construtoras têm feito promoções – acrescenta ele.

O presidente da Sawala Imobiliária, Edson Pires, reforça a observação. A companhia, por exemplo, compra o carro do cliente para que o valor possa ser usado como entrada, reduzindo o financiamento. Segundo ele, muita gente tem enxergado as condições atuais como um bom momento para sair do aluguel.

– Um imóvel que custava R$ 500 mil agora sai por cerca de R$ 360 mil, o que possibilita parcelas de até R$ 2.900, dependendo da entrada – ilustra ele, comentando que este valor é muito próximo de um aluguel.

CAUTELA PARA NÃO SE ENDIVIDAR
Mas é preciso cuidado para fechar negócio em segurança. Como recomenda Fábio Neves, economista e professor da Facha, se a incerteza para o futuro for muito alta, vale aguardar mais um pouco, até sentir-se confortável para aquisição do imóvel.

– Neste meio tempo, estude as melhores opções do mercado de crédito imobiliário – indica ele. – É importante ter noção das reais necessidades de moradia e, em muitos casos, optar por um endereço mais acessível. Assim não se compromete uma parcela significativa da renda e, no futuro, pode ser feita a troca por outro, já que o proprietário terá o imóvel quitado para compra de outro de maior valor.

Fonte: O SUL
A.M

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