Gabe, adoção Dibea – Foto: Divulgação
Entre outras medidas, é preciso escolher os horários mais frescos do dia para os passeios diários, deixar casinhas em local fresco e sombreado e melhorar o conforto térmico dos pets, orienta a Dibea
Falta pouco mais de um mês para o início do verão. Apesar da grande expectativa pela estação mais quente do ano, que permite aquele banho refrescante de piscina ou de mar, tomar um sorvete gelado e o aumento das atividades de lazer ao ar livre, a proximidade dos dias mais quentes pede cuidados específicos com os animais de estimação, que têm necessidades fisiológicas diferentes das nossas, principalmente em contato com temperaturas mais altas.
Um dos principais cuidados nesta época, aponta a veterinária Renata Zeferino, da Dibea (Diretora de Bem-estar Animal) de Florianópolis, é com a escolha do horário para os passeios diários. “O ideal é não fazer saídas nos horários mais quentes do dia. No verão, das 10h às 16h, o sol é muito forte, principalmente para quem for passear em calçadas. Então, é preciso sempre estar atento a essas questões, fazer o passeio de manhã cedinho ou ao final do dia, até devido ao calor intenso. Por exemplo, o animal que já tem um problema respiratório, um problema cardíaco, os mais idosos, ou mais gordinhos, estes acabam sofrendo mais, sentem muito calor e isso pode piorar bastante estes quadros de saúde”, explica.
Mesmo para os animais saudáveis, é preciso evitar exercícios nos horários de pico de calor. “Hoje em dia até 18h não é um bom horário, pois pode provocar um quadro de intermação bem grave, o qual aumenta a temperatura e a frequência cardíaca do animal e ele pode vir a óbito só por conta de exercício no calor intenso”, lembra a veterinária.
Também é importante, alerta Renata, verificar a temperatura do solo antes de sair com o pet. “Uma boa dica é colocar o pé no chão para verificar se está muito quente. Tirar o chinelo, pois enquanto nós estamos calçados, eles estão descalços. O contato com o chão muito quente acarreta queimaduras nas patinhas”, explica a profissional.
No entanto, na alta temporada de verão, mesmo em casa, o forte calor incomoda e pode prejudicar a saúde dos bichinhos. “Para melhorar esse conforto térmico, a veterinária orienta a sempre deixar a casinha em local arejado, mas com um sombreamento embaixo de árvore ou embaixo da garagem de casa, porque aí eles têm a opção de estar longe do sol e no local mais fresco. Também é necessário trocar a água deles pelo menos quatro vezes por dia, no calor intenso, uma boa ideia é colocar pedrinhas de gelo na água, eles gostam bastante e se interessam mais”, ensina a especialista.
Para que mora em apartamento, Renata conta que há disponíveis no mercado tapetes para pets “mais geladinhos. Uma opção principalmente para quem mora em apartamento, onde não é possível ter a sombra de uma árvore, para ficar em um conforto térmico melhor”, explica.
Nunca deixar animais dentro de veículos
Renata Zeferino ressalta ainda que é fundamental nunca deixar um animal dentro do carro. “Nem que seja por dois minutos, para ir ao mercado ou no posto, por exemplo, principalmente nesse período de verão”, esclarece ela.
Uma questão sempre polêmica durante o verão é a presença de cachorros na praia, apesar de proibido por lei. A veterinária reforça a proibição e orienta ainda que, caso o tutor faça um passeio pela orla, a saída também deve ocorrer nos horários mais frescos, como já citado anteriormente, no início ou final do dia.
“Outras dicas para aliviar o calor dos pets é fazer picolé de frutas caseiro: pode fazer com água de coco, colocar um pedaço de banana, maçã. Eles gostam bastante, é bem interessante para o enriquecimento ambiental mesmo pra eles”, afirma.
Outro importante alerta é tomar cuidado com piscinas, pois a água é um atrativo, “principalmente neste calor, é preciso ficar atento, pois eles podem ir tomar água e cair, ou até mesmo pular na piscina e não conseguir sair”, diz Renata.
Para quem procura um melhor amigo de quatro patas, o verão é um período muito importante para iniciar o processo de adoção. De acordo com Renata, as adoções tendem a diminuir nessa época de final de ano. Um dos motivos é pelas viagens para passar as festas, ou porque as pessoas recebem parentes e amigos em casa. “Já fica aquela questão de casa cheia. Além desta redução, aumentam os abandonos e o número de animais atropelados, tanto pela maior quantidade de animais nas ruas, quanto pelo maior tráfego de veículos. Nosso atendimento cresce muito nessa época. Às vezes a pessoa vai viajar e acaba abandonando o animal. Não tem com quem deixar, não quer levar. Há um desinteresse por parte do tutor, que infelizmente acaba abandonando o animalzinho neste período”, diz a veterinária.
Na Dibea, hoje, 198 animais, entre cães e gatos, esperam para conseguir uma família. A maioria é de porte médio a grande, explica Fabiana Bast, diretora do órgão. “Esse é o perfil dos animais que saem para a rua, atrás de fêmeas no cio. A maior parte destes animais é resgatada por maus-tratos ou atropelamento”, afirma.
Ela diz que muitas pessoas procuram a Dibea em busca de um animal específico, mas lembra que há muitos outros pets, que podem até ser uma opção melhor do que a pensada anteriormente para a família.
“Dentre os que estão aqui conosco, a adoção de gatos é mais fácil, pois há muitas pessoas hoje morando em apartamentos, espaços menores e que procuram os que são mais adaptáveis a esses locais. Também há uma grande busca pelas fêmeas de pequeno porte. Essas, quando chegam aqui, ficam muito pouco. Por outro lado, há outros animais que já aguardam por uma adoção há oito anos. Temos procurado promover eventos de adoção para esclarecermos que, muitas vezes, adotar um animal adulto é muito mais fácil do que adotar um filhote, pois o animal adulto aprende as regras da casa, coisas novas, ele é muito agradecido pela adoção”, explica a diretora.
Fabiana ressalta ainda que todos os animais doados pela Dibea são castrados e microchipados. “Os filhotes que ainda não têm idade para castrar são doados com a castração agendada”, reforça.
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