Ideb 2017: conheça as escolas públicas que mais avançaram em SC

Simulados periódicos das provas, envolvimento dos pais, reforço em português e matemática e melhoria do ambiente escolar. Esses são alguns fatores que explicariam o salto do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2017 de algumas escolas catarinenses. O MEC destacou as três escolas de SC que tiveram o maior avanço entre 2007 e 2017 dos anos iniciais e dos anos finais do ensino fundamental. Todas elas são da rede pública municipal. O Ideb é uma ferramenta do MEC para avaliar o ensino brasileiro divulgado nesta segunda-feira (03).

Nos anos iniciais, do 1º ao 5º ano, o destaque foi São José, na Grande Florianópolis, que responde pelas três unidades com maior salto nos 11 anos. O Centro Educacional Municipal Vila Formosa, por exemplo, tinha índice de 3,4 em 2007. Em 2015 chegou a 5 e, após um novo salto, alcançou 7,2, bem acima da meta da unidade, que é de 4,7. O avanço de 3,8 pontos é resultado de diversas ações, afirma Cláudia Macario, diretora de ensino da Secretaria Municipal de Educação de São José.
— O contexto social que essa comunidade vive era de extrema violência, nós tínhamos uma escola que vivia depredada, um ambiente que não favorecia a aprendizagem desses alunos. Então teve um planejamento no sentido de trabalhar o território de São José, trazendo essas possibilidades para todos os alunos, independente de ser periferia ou centro.

Cláudia diz ainda que em 2014 1,2 mil alunos do município estavam em distorção idade/ano. Por isso, foi criado um programa para corrigir esse cenário, com aulas com conteúdos básicos de língua portuguesa e matemática para esses estudantes. Além disso, professores da rede têm 33% da sua carga horária para planejamento, o que impacta na qualidade da aula. Outro ponto foi a realização de simulados periodicamente para que os alunos aprendam os mecanismos e como funcionam as provas que compõem o Ideb.

— Nós tínhamos uma taxa elevadíssima na rede com 30% de reprovação, hoje estamos com 5% e a gente consegue ver claramente que não é a reprovação que diminuiu, mas foi o aprendizado que aumentou — reforça.
Nos anos finais, as unidades que tiveram maior salto estão espalhadas pelo Estado, com escolas em Lages, Brusque e Criciúma. A escola Dionízio Milioli, no Sul de SC, teve o avanço mais significativo, com 3,1 pontos, saindo de 2,7 em 2007 para 5,8 em 2017. A meta da unidade é de 5,5.

Para a diretora Marlene Dpizzedi de Souza, que é professora da unidade há 23 anos, o índice é resultado de diversos fatores, o principal deles é o envolvimento da comunidade. A unidade realiza palestras com os responsáveis pelos alunos, além de mutirões para reparos na unidade uma vez por ano. A prefeitura cede os materiais e os pais, a mão de obra.
— O ponto-chave disso tudo é trazer a família para escola, foi esse o foco. Ter uma sala mais agradável, professores formados e qualificados, tudo isso ajuda.

Ela acrescenta que a grande maioria dos 35 professores são efetivos, o que ajuda na continuidade das ações, e são feitos simulados periodicamente com os alunos. Além disso, há rondas policiais para evitar violência no entorno da escola.

Municípios catarinenses com maiores índices

O MEC também divulga os índices por município da rede pública. Confira os maiores em cada etapa de ensino:

Anos iniciais (rede pública)
Angelina 7,7
Luzerna 7,7
Irineópolis 7,6
Santiago do Sul 7,6
São João do Oeste 7,5
Peritiba 7,4
Anchieta 7,4
Riqueza 7,3
Saltinho 7,3
Treze Tílias 7,3
Iporã do Oeste 7,3
Itapiranga 7,3

Anos finais (rede pública)
Ipira 6,4
Alto Bela Vista 6,4
Salto Veloso 6,2
Luzerna 6,1
Santa Helena 6,1
Presidente Castello Branco 6
São João do Oeste 6
Iporã do Oeste 6
São Pedro de Alcântara 5,9
Lacerdópolis 5,9
Mirim Doce 5,9

Ensino médio (rede pública)
Luzerna 5,1
Salto Veloso 5
Antônio Carlos 4,9
Itapiranga 4,7
Iomerê 4,6
Santa Rosa do Sul 4,6
Arabutã 4,6
Saudades 4,6
Ibirama 4,6
Peritiba 4,5
Alto Bela Vista 4,5
Guaraciaba 4,5
Itá 4,5

O que é o Ideb
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgado a cada dois anos, foi criado em 2007 para medir a qualidade das escolas e das redes de ensino no Brasil. Ele é calculado com a combinação de dois conceitos educacionais importantes: o fluxo escolar (a taxa de aprovação, reprovação e abandono) e o desempenho de estudantes em avaliações que medem o conhecimento em português e matemática, considerados base para para as demais disciplinas do currículo escolar.
O índice varia de 0 a 10. As metas projetadas são diferenciadas para cada unidade, rede e escola. Elas são apresentadas bienalmente, desde 2007 até 2021, de modo que os estados, municípios e escolas deverão contribuir em conjunto para que o Brasil atinja a meta 6,0 em 2022 o o mesmo patamar educacional da média dos países participantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Para que serve

Com os resultados, o governo determina metas para a educação e planeja a distribuição de recursos. Além disso, diretores e professores ficam sabendo como está o trabalho e podem promover mudanças.
Fonte: Diário Catarinense:


A.M

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