O ex-presidente Collor e a então ministra da economia, Zélia Cardoso, autores do confisco em 1990

Boato de confisco de valores de contas correntes e poupança assusta internautas

Nos últimos dias uma mensagem que circula em redes sociais tem apavorado correntistas e poupadores. O boato dá conta que o governo estaria preparando um bloqueio de contas correntes e poupanças em todos os bancos do país, possibilidade que aconteceria em caso do impeachment da presidente Dilma Rouseff.

O temor maior é por que este fato já aconteceu, há pouco mais de 26 anos. Mas tudo realmente não passa de um boato de muito mau gosto.

O confisco foi um trauma vivido pela população brasileira. Em 16 de março de 1990, o atual governo do presidente Fernando Collor, foi responsável pelo bloqueio de tudo que as pessoas tinham guardado nos bancos, desde o dinheiro da conta-corrente, poupança e aplicações financeiras. Aquela medida foi uma solução extrema que, por lei, não tem como se repetir desde o ano de 2001.

O Plano Collor prometia acabar com a inflação do país, que estava na casa dos 2.000% ao ano. Por meio de uma Medida Provisória, Collor e a ministra da Fazenda, Zélia Cardoso de Mello, bloquearam a poupança e todas as aplicações financeiras da época acima de NCZ$ 50 mil (cruzados novos) – o equivalente hoje a R$ 6.000.

Além disso, o plano pretendia diminuir a quantidade de circulação de dinheiro na economia, o que inibiria o consumo e, por sua vez, ajudaria a reduzir as exorbitantes taxas de inflação. No entanto, o efeito foi traumático, principalmente para quem aplicava na caderneta de poupança, vista até hoje como uma forma de reserva a salvo de qualquer interferência.

Quando os bancos voltaram a funcionar, a população fazia fila nas portas das agências, que não tinham dinheiro disponível para cobrir os saques dos clientes. Como consequência, as vendas no comércio caíram drasticamente.

Boatos

Desde o ano passado, devido à atual crise econômica brasileira, vários boatos circularam pela internet incluindo a possibilidade do retorno do confisco. Porém, conforme explica a contabilista Lourdes de Souza, uma legislação de 2001 proíbe qualquer medida para bloquear a poupança. Mesmo se o governo quisesse, não poderia tomar medidas para tirar o seu dinheiro.

“A economia brasileira está instável em virtude do momento político pelo qual o Brasil está passando. Os juros altos e preços elevados fazem a inflação subirem. No entanto, é impossível acontecer o confisco de novo, pois existe uma Emenda Constitucional de nº 32/2001 que impede o governo de criar qualquer medida provisória para confiscar a nossa poupança. Confisco nunca mais!”, explica.

O Plano Collor e o Confisco não existem mais, porém tudo o que foi tirado ainda permanece vivo na memória dos brasileiros.

Fonte: Com informações de A crítica

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